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As guerras, os conflitos e as crises: uma economia mundial ioiô

As guerras e conflitos armados não são algo a se desejar. E, infelizmente, acaba criando crises econômicas para diversos países, incluindo o que participam diretamente ou os que não tem quase muito a ver com isso. Este foi o caso do Brasil na Guerra do Paraguai, dos países europeus nas duas guerras mundiais, da Rússia na Guerra Fria, esta que não teve conflito armado, e inúmeras outras.

No entanto, para tratar de uma crise como a de 1929, é preciso entender suas causas. E todas as causas se relacionam com conflitos armados de longa duração.

A Grande Depressão

A crise de 29, que foi a quebra da bolsa de valores de Nova York, começa ainda na Grande Guerra. Os Estados Unidos não tiveram seu território atacado, ou seja, não foi arrasado como o Centro Europeu. Por isso, houve uma alta demanda de busca por produtos pelos países que estavam destruídos com os americanos. Além disso, o país das 13 Colônias ofertava créditos para o Velho Continente.

Uma hora que a Europa não precisava mais de créditos e produtos, deixou de procurar os Estados Unidos, e começaram a andar com os próprios pés. A partir deste momento, os americanos atravessaram problemas, visto que acabaram gerando estoques de produtos em um processo de industrialização em ritmo acelerado. O problema era: ninguém mais ofertava para comprar seus produtos, e havia muitos disponíveis no estoque.

Sendo assim, com pouca procura e juros baixos, os investidores passaram a colocar seu dinheiro da bolsa de valores e não nos setores produtivos. A indústria produzia menos do que o habitual, e por causa dos déficits econômicos, tiveram de demitir funcionários.

Mesmo com uma economia galopante após a Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos não conseguiram conter o crash da bolsa em 24 de outubro de 1929, dia que ficou conhecido pelo nome “quinta-feira negra”.

O desemprego cresceu e houve redução salarial de muitos trabalhadores que não foram demitidos. O consumo caiu ainda mais, forçando a diminuição de preços e a oferta de crédito dada por muitos bancos, que emprestaram dinheiro e faliram por não serem pagos. Muitos empresários acabaram fechando as portas e o desemprego apenas se agravou.

Após a Segunda Guerra Mundial

Diferentemente da Grande Guerra, a Segunda Guerra Mundial não enfrentou uma grande crise posterior, além de outro conflito, só que ideológico: a Guerra Fria. Houve uma bipolarização mundial, com os capitalistas sendo liderados pelos Estados Unidos e os socialistas pela União Soviética.

Os países europeus, principalmente a Alemanha, ficaram arrasados pelas batalhas sangrentas. O setor industrial alemão costumava produzir mais armas do que outros produtos para ofertar a outros países, e estas armas acabaram não resultando de forma positiva após a derrota para os Aliados (Estados Unidos, França, Inglaterra e União Soviética).

No caso da Alemanha, mais especificamente, houve uma reconstrução ao longo dos anos para a recuperação econômica do país, enquanto outros países tiveram um aceleramento na economia, como o Japão.

Guerra Fria e a derrocada da União Soviética

O caso da Guerra Fria beneficia um país e assola outro. A União Soviética se viu em uma crise sem fim na década de 1970 e posteriores, culminando em seu fim no ano de 1991. O contexto de ser uma guerra ideológica e econômica, fez com que a União Soviética injetasse todas as suas forças para ficar na frente dos Estados Unidos.

A economia ficou estagnada, uma vez que as ações tomadas nela contribuíram para deixar a economia soviética obsoleta e tornaram os quadros do governo de Leonid Brejnev corruptos. Consequentemente, o PIB (produto interno bruto) e a qualidade de vida diminuíram drasticamente.

Embora uma nação “antiocidental”, a União Soviética teve de importar produtos de países ocidentais após uma crise na agricultura.

Se a agricultura estava em crise, o balanço econômico pesou para o lado negativo ainda mais com a Guerra do Afeganistão de 1979 e o Desastre de Chernobyl em 1986.

Na Guerra do Afeganistão, os soviéticos tentaram manter o governo socialista para os afegãos, impedindo os rebeldes islâmicos de mudarem o regime no país. Isso acabou gerando uma grande mobilização de forças militares, resultando em bilhões de dólares investidos e perdidos após uma amarga “derrota”. Os soviéticos tiveram de assinar um acordo de paz junto dos afegãos, norte-americanos e paquistaneses.  

Com o fim da guerra em 1989, a União Soviética já havia perdido milhões em 1986 após o Desastre de Chernobyl na Ucrânia. Milhões de dólares foram gastos para evitar que as consequências, que já eram ruins, não fossem piores, e o país não estava sob bons olhos no cenário internacional.